Três multinacionais, incluindo a Petrobras, anunciaram a instalação de uma plataforma no pré-sal da Bacia de Campos, que terá gasodutos interligados ao Terminal Cabiúnas, em Macaé. Além disso, o Porto do Açu busca licenciamento ambiental para a construção de um novo gasoduto para atender a usina termelétrica GNA II. Mudanças importantes no mercado de gás natural passam a vigorar com a sanção do Marco Legal do Gás. Com isso, a expectativa de especialistas é de que os investimentos aumentem e o Norte Fluminense se transforme em um polo de gás natural não só do Estado do Rio, como de todo o Brasil.
Uma das principais alterações promovidas pelo novo marco regulatório do setor é a proibição de uma mesma empresa atuar em todas as etapas da cadeia do gás natural, da extração e produção à distribuição. Atualmente, a Petrobras concentra 100% da importação e processamento e cerca de 80% da produção, além de estar presente nas cadeias de transporte e distribuição, nas quais tem vendido suas participações. O investimento no pré-sal da Bacia de Campos será feito pela Equinor em conjunto com a Petrobras e a Repsol Sinopec Brasil, consórcio do bloco BM-C-33, a 200 quilômetros da costa Norte Fluminense.
A plataforma a ser instalada vai transferir gás por meio de gasoduto submarino até o Terminal de Cabiúnas – a chamada Rota 5. Atualmente, boa parte do gás produzido em alto mar é reinjetado. Com a Rota 5, Macaé poderá atrair um total de 12 termelétricas e diversificar o consumo de gás. Já no Porto do Açu, o projeto de construção de um gasoduto terrestre para atender a Usina Termelétrica GNA II está em fase de licenciamento ambiental. O gasoduto percorrerá parte do território de Campos, desde o sul, em Dores de Macabu, até o leste, na Baixada Campista. No próximo dia 31, o projeto será apresentado durante uma audiência pública pela Comissão Estadual de Controle Ambiental. De acordo com dados do Boletim Anual de Produção 2020 da Agência Nacional do Petróleo (ANP), em 2016 o Estado do Rio respondia por 43,8% da produção de gás natural no país, índice que em 2020 é de 55,8%. “Estes investimentos reforçam o posicionamento da região como um hub de gás, para o Rio e para o país. E contribui para o desenvolvimento da cadeia produtiva, com mais geração de emprego e renda. Quanto mais oferta de gás houver, a tendência é de que diversas outras indústrias sejam atraídas, graças a uma energia mais barata e ambientalmente correta, diversificando, assim, o parque industrial de toda a região”, explica Fernando Montera, coordenador de relacionamento de Petróleo, Gás e Naval da Firjan.