Ex-prefeito de Carmo é preso durante operação
Política
Publicado em 07/06/2021

O ex-prefeito de Carmo, Paulo Cesar Ladeira, foi preso nesta segunda-feira (7) durante a Operação Chorume Fase II do Ministério Público com o apoio da Polícia Civil. Segundo o MP, a operação cumpriu todos os oito mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Criminal Especializada da Capital, em razão de forte esquema criminoso relacionado a fraudes em contratos da Prefeitura de Carmo durante o período em que Ladeira esteve no cargo. Também foram expedidos 14 mandados de busca e apreensão em endereços ligados aos investigados e a outros envolvidos no esquema criminoso, nas cidades do Carmo, Macaé, Campos, São Fidélis e Ubá-MG.

As investigações mostraram que somados, os contratos fechados pela prefeitura no período de 2017/2020 totalizaram o valor aproximado de R$ 40 milhões. O grupo articulou-se para que duas empresas, que prestavam serviços para o município obtivessem contratos superfaturados, por meio do pagamento de propina a agentes públicos. Em suas conclusões, o TCE-RJ apontou diversas irregularidades na elaboração do projeto básico, na licitação e na execução contratual, apurando um sobrepreço na ordem de R$ 1.817.190,09, comparado aos preços praticados pelo mercado, e ainda um superfaturamento causado pela atestação de insumos em quantidades superiores àquelas utilizadas na ordem de R$ 3.867.492,19, apurando, até o momento, um prejuízo aos cofres públicos de R$ 5.684.682,28, isso apenas no contrato firmado com uma empresa de limpeza urbana. As investigações demonstram que, além de integrantes do Poder Executivo de Carmo, os empresários investigados também mantinham relacionamentos escusos com Vereadores, a quem pagariam propinas frequentes para garantir a aprovação de projetos de lei de interesse do grupo criminoso.

Os fatos relacionados aos vereadores seguem em apuração. As investigações sobre o esquema criminoso já haviam dado origem à primeira fase da Operação Chorume, realizada em março deste ano e que, na ocasião, gerou a prisão do próprio Ladeira por lavagem de dinheiro, quando foi encontrada a quantia de R$ 128.900,00 decorrente de propinas enterradas em seu sítio, assim como de uma vereadora, do ex-secretário de Meio Ambiente e de um empresário , todos acusados de corrupção ativa, corrupção passiva, associação criminosa e prevaricação. A 1ª Vara Criminal Especializada da Capital também decretou o sequestro dos bens móveis e imóveis pertencentes aos denunciados, além de criptomoedas que, segundo apontam as investigações, estariam sendo utilizadas pelos investigados para a lavagem do dinheiro obtido com as ações criminosas. Na apreensão de criptomoedas, o MPRJ contou com a colaboração de empresas que atuam com seriedade e responsabilidade no mercado de Exchanges, de forma organizada e associada.

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